sexta-feira, 17 de junho de 2011

Da Certeza

Mais certo seria se corresse o tempo como o sol que em minha pele ardia
Como singelo prelúdio, a introduzir o que viria
Mais fácil seria se ao correr do tempo eu me antecipasse
Mais cedo, quem sabe, o futuro chegasse mais tarde

E assim, no mais tardar, sensato, do meu ócio fizesse espera
E do meu plural, dobre, único fizesse, esfera
E dessa iminência torpe, efêmera e eterna
Fosse então, quem sabe, ainda o que me antes era

Sonhar... Será ao fim “sonhar” só o que de certo me resta?
Um compulsório fechar de olhos, incerto, sádico,
Que ao inspirar-me, molesta?

Será o Fosse, então, mais certo que o É, que o Foi ou que o Era,
E a minha certeza humana, a razão, da dúvida o império em terra?
E se fosse, poderia eu enfim ter de algo certeza?

Mylena Perez
10/05/2011