quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fardo

Fosse fácil esquecer-te, certamente o faria
E sem ti, viver- imagino eu−fácil seria
Pois nisso, o que há de prazer há de dor
Como parte do que é sofrer é também amor

E como tórrida chuva, que apenas cai em pensamento
Machuca-me teu amor em silêncio, por dentro
Pois ainda que ousasse então a externo trazê-lo
Inspirar-lhe-ia, em vão, eterno desapego

Pois a ninguém interessa o que faz em mim teu cheiro
E é fardo único e meu esse pranto já costumeiro
Se foi e é ainda vivo esse amor, seria negá-lo, presunção

E algo além dele sentir, loucura, quando não me há opção
Então de pranto vivo e do tempo que me sacia
Pois de amor, em ti nasci e de ti morro, do contrário, nada seria

Mylena Perez
25/01/2012