tag:blogger.com,1999:blog-51171569789910704812023-07-18T01:54:17.394-03:00"La tristesse durera toujours"Unknownnoreply@blogger.comBlogger94125tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-12479019695068405962015-02-16T15:38:00.000-02:002015-02-16T15:38:03.662-02:00Reencontro<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Como antigo
amante, irado, que há muito se foi</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Queima-me
num instante e aos poucos me corrói</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O que há de
seguro em mim faz frívolo e só</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E num
sussurro impuro faz-me noite,cinza e pó</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E do amargo
gosto da saliva tua em beijo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Fica o osso
exposto desse mórbido cortejo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A quem nada
devo e de quem nada, nunca, anseio</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Por quem
nada atrevo além de dobre devaneio</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Faz-me hoje
dor o que outrora fez-me gozo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dúbio,traidor,implacável,canceroso</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pois já,longe,
foi-se o tempo em que ansiava ouvir-te atento</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Hoje anelo
contratempo que invalide o teu intento</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que se
apague a torpe chama que então em mim ardia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Como fria
fez-se a cama em que já ninguém dormia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Basta! Vai-te
embora! Tem clemência deste errante!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E que longe
de tua aurora, rumo à morte eu siga adiante.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mylena Perez<br />
16/02/2015</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-75568200304363913352013-11-07T00:52:00.001-02:002013-11-07T00:52:46.450-02:00InspiraçãoVoz atroz, que em mim ferra, encerra<br />
No seio anseio de perdido ardor<br />
És pardo dardo — inconstante, errante<br />
Absorto porto de infiel torpor<br />
<br />
És louco solto, ingenuamente ardente<br />
Comando brando e inspiração<br />
Perverso verso que à guilhotina inclina<br />
A minha alma calma... Cante ilusão<br />
<br />
Perigo antigo és, intenso incenso<br />
Forçado afago que me faz sofrer<br />
Certeiro arqueiro que à esperança lança<br />
E em combate abate o que me faz viver<br />
<br />
Veneno ameno que transborda a horda<br />
É um doce fosse que me tira o ar<br />
Cinzento alento teu eterno inferno<br />
Onde me algemo e temo pelo meu amar<br />
<br />
Pois canto há tanto que é instinto e minto<br />
Fadada a nada de real sentir<br />
Imploro e choro por confuso abuso<br />
Que em fachadas dadas não vou traduzir<br />
<br />
Mylena Perez<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-27989958265165368532013-09-25T15:15:00.003-03:002013-09-25T15:30:49.043-03:00De Tempo e Dor<br />
Sorrisos,risos.disso nada além<br />
Lembranças são, pouco se mantém<br />
Apenas vulto, turvo espasmo efêmero<br />
Vestígio morto do que já vivi<br />
<br />
E comigo o tempo,por todo caminho<br />
Num lembrar constante do sofrer sozinho<br />
Fez da alma velha,desprezada e só<br />
E apegou-se a dor,fê-la ombro amigo<br />
<br />
E num turbilhão de sentimentos mil<br />
Fez do bem o mal,fez do bom o vil<br />
Trazendo a dor a uma constante incômoda<br />
Reduzindo-me a alma a nada mais que sombra<br />
<br />
E se não mais há o que se faça agora<br />
Que não sentir o badalar das horas<br />
Que eu seja tudo e nada em mim se perca<br />
Que o sinta o nada ,e o nada tudo seja<br />
<br />
Mylena Perez<br />
25/09/2013<br />
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-25134710420822139512013-02-13T02:10:00.002-02:002013-02-13T02:10:30.021-02:00Plágio<br />
<div class="MsoNormal">
Por estar
cantando</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O que há
muito cantam</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Me presumem
sábio</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E me julgam
santo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Porém só
repito</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O que há
muito li</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O que resta
n’alma</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Do que já
senti</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E em meu
peito encerro</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O segredo a
morte</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que não há
um dia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Em que eu
não tenha sorte</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Já que nada
sou além de letras soltas</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso
plagiado, copiado, tosco</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que o ouvido
ouve, enojado e cospe</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E eu vendo
ao mundo como algo novo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mylena Perez</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-29617482396253317212013-01-18T14:13:00.002-02:002013-01-18T14:30:21.640-02:00SORTE"Sorte tenho<br />
Que tempo me ainda resta<br />
E reste tempo<br />
Pois sorte me já não basta<br />
<br />
Fosse dia<br />
A noite que agora se passa<br />
Restar-me-ia<br />
Um tudo, um sempre, uma olhada<br />
<br />
Não tem nome<br />
É dor que me assola de graça<br />
Nada teme<br />
É dócil, é doce, é uma farsa<br />
<br />
Vem num vento<br />
E leva-me o corpo e a alma<br />
E resta o tempo<br />
À vida que se faz escassa”<br />
<br />
Por Mylena Perez<br />
Em 16/01/2013
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-39315228293764957292012-01-25T02:58:00.000-02:002012-01-25T02:59:02.300-02:00FardoFosse fácil esquecer-te, certamente o faria<br />E sem ti, viver- imagino eu−fácil seria<br />Pois nisso, o que há de prazer há de dor<br />Como parte do que é sofrer é também amor<br /><br />E como tórrida chuva, que apenas cai em pensamento<br />Machuca-me teu amor em silêncio, por dentro<br />Pois ainda que ousasse então a externo trazê-lo<br />Inspirar-lhe-ia, em vão, eterno desapego<br /><br />Pois a ninguém interessa o que faz em mim teu cheiro<br />E é fardo único e meu esse pranto já costumeiro<br />Se foi e é ainda vivo esse amor, seria negá-lo, presunção<br /><br />E algo além dele sentir, loucura, quando não me há opção<br />Então de pranto vivo e do tempo que me sacia<br />Pois de amor, em ti nasci e de ti morro, do contrário, nada seria<br /><br />Mylena Perez<br />25/01/2012Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-85710428888403391482011-11-23T00:25:00.000-02:002011-11-23T00:37:05.398-02:00CativoFosse-me fácil o mundo transpor em palavras,<br />Mais vezes o faria<br />Fosse-me simples o corrigir falhas,<br />Mais erros cometeria<br /><br />Fosse-me tudo, a priori, o canto<br />Sem medo cantaria<br />Pois enche-me e me esvazia<br />Sou nele e dele pleno e dependente<br /><br />Guia-me – hipócrita – e, torpe,<br />Em mim tudo governa<br />E, ao passo que me domina<br />Torna-me mais dele e menos de mim mesmo<br /><br />Porém, se me fossem soltas as cadeias,<br />E, liberto fosse do seu condão vazio,<br />Se de livre arbítrio me fosse cheio o espírito,<br />Ainda assim voltaria a meu martírio<br /><br />Por conta e risco de quem se entrega,<br />Eu− sujeito e senhor; imundo<br />Repousa, num desejo dobre e masoquista,<br />O ser escravo por vontade<br /><br />Mylena Perez<br />22/11/2011Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-5645535646068565602011-06-17T22:43:00.001-03:002011-06-17T22:43:27.753-03:00Da CertezaMais certo seria se corresse o tempo como o sol que em minha pele ardia<br />Como singelo prelúdio, a introduzir o que viria<br />Mais fácil seria se ao correr do tempo eu me antecipasse<br />Mais cedo, quem sabe, o futuro chegasse mais tarde<br /><br />E assim, no mais tardar, sensato, do meu ócio fizesse espera<br />E do meu plural, dobre, único fizesse, esfera<br />E dessa iminência torpe, efêmera e eterna<br />Fosse então, quem sabe, ainda o que me antes era<br /><br />Sonhar... Será ao fim “sonhar” só o que de certo me resta?<br />Um compulsório fechar de olhos, incerto, sádico,<br />Que ao inspirar-me, molesta?<br /><br />Será o Fosse, então, mais certo que o É, que o Foi ou que o Era,<br />E a minha certeza humana, a razão, da dúvida o império em terra?<br />E se fosse, poderia eu enfim ter de algo certeza?<br /> <br />Mylena Perez <br />10/05/2011Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-5505472797570588182010-08-10T18:56:00.001-03:002010-08-10T19:02:19.519-03:00Dúvida<span style="font-weight:bold;">Cantar como há muito não canto<br />Não invalidaria, quiçá, meu pranto?<br />Não tiraria de meu verso o encanto?<br />Não faria de mim tolo, portanto?<br />Não faria imundo o que jurei ser santo,<br />Se, do rosto, eu transformasse o espanto<br />Em verso, em lira, em dobre desencanto?<br /> <br />Mylena Perez<br /></span>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-25897187530764327902010-06-11T17:14:00.000-03:002010-06-11T17:15:48.002-03:00ResquíciosQuando, quem sabe, forem meus sorrisos pranto<br />E já, em meu tudo, nada houver de teus encantos<br />Quando o pó de tua sombra tiver meu coração varrido<br />E o som de tua voz não mais zumbir em meus ouvidos<br /><br />Então, como se em vão nada houvesse sido<br />Talvez me façam, eu te amos, novamente sentido, <br />Outros olhos, quiçá, de novo me olhem de olhares<br />E volte eu, então, ao meu plural, aos meus milhares<br /><br />De que, então, me valem, lógica e raciocínio, <br />Se sem ti viro bicho, não penso,<br />Se nada faço sem teu domínio?<br /><br />Nascerá, pois, sem ti, meu dia,<br />Se nada sinto ou sou longe de teus lábios,<br />Se se apagou a chama que outrora em mim ardia?<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-55543898953358922992010-06-11T17:08:00.000-03:002010-06-11T17:14:03.836-03:00PlenitudeUm lago fundo, nunca pensei que fosse<br />Imóvel, plácido, taciturno<br />Respirando a brisa que incerta me bate<br />De tédio, de glória, de tudo<br /><br />Mas fosse ainda azar minha sorte<br />O veneraria; de tudo me enche<br />Queima-me os lábios, faz-me fraco, forte<br />Louco, sóbrio, num gozo fervente<br /><br />E quando beire a morte<br />Ainda que fôlego me sobre<br />Faz-me cativo, faz sul meu norte<br /><br />E pleno, então,<br />Por ti imundo e nobre<br />Sou servo eterno de teu condão<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-75566642370032596812010-06-11T17:05:00.000-03:002010-06-11T17:08:13.407-03:00PóPoeira,<br />Só, leve, e apenas.<br />Poeira de existência.<br /><br />Meu ser é falho,<br />Pó, ao vento, <br />De onde nunca saí.<br /><br />Algemas de nuvem<br />À liberdade atando-me<br />Incertamente, sendo se.<br /><br />Esforço sóbrio,<br />De querer e só<br />Satisfeita dor<br /><br />Do pó ao pó.<br />E no meio nada<br />Imaginária a chaga<br /><br />Que julguei sentir,<br />Sei que foi por falta fazer <br />Do que um ser que já foi, só resta fugir<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-76281064042338429942009-05-13T15:21:00.004-03:002010-06-11T17:21:23.977-03:00Nº 8As encostas choravam meu nome<br />E as lágrimas do rio<br />Lambiam os lábios da terra<br />E assim, o eu de magma tocava o eu de nuvem<br />Soltando a fumaça<br />Que pintava arco-íris<br />Na íris do olho<br />Do universo<br /><br />E mil pequenos duendes verdes riam<br />Riam e rolavam<br />Rolavam e apontavam<br />Para o, nu, seio da Terra<br />Que numa erupção de vergonha<br />Voou rasante de um sonho<br />Ainda coberto da serpentina<br />De algum passado carnaval<br /><br />E quando o silêncio reinava<br />A terra me engolia e cuspia<br />Preso em verdes e vermelhos<br />E azuis e amarelos e em teus negros olhos verdes<br />Fez-se o início do fim<br />Uma nuvem, um sinal de fumaça<br />Que acenava em minha alma me chamando<br />“Venha só”<br />E a solidão que eu bem conheço<br />Fez-se bosque e noite e campo fresco<br />A lua, roxa, piscou em minha alma<br />E a noite foi passando ao som de incenso<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-61944365451636522009-05-13T15:21:00.003-03:002010-06-11T17:18:31.175-03:00AutopoemaSou uma lagoa na planície<br />Onde o vento bate e balança o Cipestre<br />Sou um, negro, lago Ness de imundície<br />Onde o sol bate, na pele, e ferve<br /><br />Sou o espírito do filósofo em crise<br />De quem do mundo alma se esquece<br />Sou o patinho feio que a cada frase vir cisne<br />Mas volta sempre a podridão a que pertence<br /><br />Sou a árvore mais alta da floresta<br />Que tudo vê e por ninguém padece<br />Sou um riso de criança, inocente<br />Que mira à lua e faz sua prece<br /><br />Sou o olhar doa amantes platônicos<br />Que se desejam e não se podem ter<br />Sou, claramente, o mais sábio dos homens<br />Mas no escuro, como Sócrates, só sei nada saber<br /><br />Sou a brisa que derruba, das mulheres, os chapéus graciosos<br />Chuva que lava cenas- do- crime e almas de criminosos<br />Sou a lágrima quente que escorre no rosto frio<br />Que como gota de sangue, enobrece meu martírio<br /><br />Sou um mar, salgado, de mágoas<br />De ilusão, profundo, afogando o viver<br />Sou um rio, perene, de águas<br />De onde corre poesia e onde se perde o meu ser<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-90720445982973661392009-05-13T15:10:00.001-03:002010-06-11T17:21:43.735-03:00AcidentalO vento batia nas árvores<br />Mas minh’alma ouvia Chopin<br />Os pensamentos perdi numa esquina de paris<br />Já ressoava, metálico, o badalar das estrelas<br />Quando a lua piscou seus olhos azuis<br />Bem do fundo amarelo chegou, inesperado, o tão adorado spleen<br />Mas a noite virou dia, luz e fez cara de sol<br />Ressoou pela última vez o cheiro de incenso tingido de navy-blue<br />E antes que eu percebesse, meio incompleto, saiu mancando pela cidade um verso perneta<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-4647602169164347472009-05-13T14:57:00.001-03:002010-06-11T17:21:57.311-03:00LamentaçãoEm ondas revoltas de lágrimas<br />O mar escorre em meu rosto<br />Memórias, estreitas, não passam, mas<br />Nos olhos é o mundo já posto<br /><br />Feito estrelas no negro firmamento<br />Lembranças hoje brilham dobres e nuas<br />É o imaginário concreto, um pensamento<br />Me faz outra vez tocarem as mãos tuas<br /><br />É o pingo de água da chuva<br />É a gota da lágrima minha<br />É o olho que pisca na noite<br />É a lua que brilha sozinha<br /><br />“Olho por olho” quero vê-la sofrer<br />Chorar! É agora “dente por dente”,<br />De satisfação a lágrima do meu rosto escorrer<br />Irromper a vingança de paixão latente<br /><br />Se fosse efêmera a luz desse inverso...<br />Que me cega para não mais ver-te<br />Mas é eterno, eterno; Eterno<br />O martírio de ver-te e não ter-te<br /><br />Um nome, um rosto, um beijo<br />Quem dera hoje esquecê-los eu?<br />É esse cárcere de saudade e desejo<br />Esverdeando o azul do meu céu<br /><br />No espírito a noite gelada<br />E na boca a palavra não lida<br />É o remorso da maldição pregada<br />Na morte, “morte pela vida”<br /><br />É a dor de uma foto rasgada<br />Numa noite de sono perdida<br />Mas tua alma, num canto, largada<br />Há de sentir a dor da ferida<br /><br />É o sonho apagado, esquecido<br />Ou o murmúrio do vinho bebido?<br />É teu olhar de pura trapaça<br />Que vem a mente e não passa<br /><br />É o vinho que resta na taça...<br />Mas doce? Ah, a loucura que herdei !<br />É aboca que beijo uma farsa?<br />Pois não sei se vivi ou sonhei<br /><br />É o sentido perdido<br />Do fogo apagado a chama<br />Sabotado, fingido<br />Do qual só restou-me o drama<br /><br />Fosse ainda mais leve a memória tua<br />A levaria, de espírito pesado<br />Mas que carregues tu o teu fardo<br />E apague, na saída, o interruptor da lua<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-9479546586055664382009-05-13T14:55:00.001-03:002010-06-11T17:22:34.401-03:00AmadaÓ quão doces os lábios, os beijos<br />Da eterna Julieta minha<br />Tão singelos os toques<br />Ah! As cantigas que entoa sozinha<br /><br />As ouvir ­ se as ouço entoar minha rainha<br />Faz me suspirar<br />E ao saudá-la, ah o rubor de sua face<br />Tão rósea, ao ouvir a voz minha<br /><br />Cintila no olhar a faísca<br />Se encontra meu pensamento a linha sua<br />Floresce, dentro de mi, botão de paixão nua<br /><br />Por ela canto estrelas<br />Louco Ícaro que a vida arrisca<br />Ah, tão doce, se ao menos pudesse vê-las<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-50940539404963661092009-04-28T16:59:00.001-03:002010-06-11T17:23:15.289-03:00Soneto a Vinicius de MoraisQueria poder, como você,<br />Cantar sem pudor as belezas do meu Rio<br />Queria fazer, como você,<br />Ruir as barreiras do verso mais frio<br /><br />Queria amar, como você,<br />Muito, sempre e intensamente<br />Queria saber, como você,<br />Fazer rimar tudo naturalmente<br /><br />Queria entender, como você,<br />Que a vida é um grande picadeiro<br />E que dela nada fica, tudo é passageiro<br /><br />Queria cantar, como você,<br />A poesia que vem de dentro<br />Ouvir o coração, deixar que a arte fosse meu centro<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-46105058347025374042009-04-28T16:57:00.002-03:002010-06-11T17:23:32.149-03:00EncontroNoite fria<br />Caia a chuva fina<br /> As lágrimas correm<br /> O tic-tac tem pressa<br />Meu passado acena feliz<br />Recebendo inocente<br /> O sorriso incerto do futuro<br />Como uma frágil criança<br />Entrando num quarto escuro<br />Tremendo de medo<br />Do invisível<br />Abre a pequena caixa<br /> Do impensável<br />Memórias saltam<br />Numa confusão de sentimentos<br />De nomes e rostos<br />De gritos e risadas<br />Numa confusão de olhares<br />Eu, frágil criança<br />Sentada no chão<br />A caixa aberta<br />Observando aos prantos<br /> A multidão que corre<br /> Na sala vazia<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-82926701071765645262009-04-28T16:56:00.007-03:002010-06-11T17:25:01.325-03:00SkyBack, look back<br />A date, a face, a fact<br />Tears, no more<br />You do not own my tears anymore<br />Shine blue sky<br />Forever and ever shine<br /> Hide blue sky<br />My scars and all I left behind<br />From what I thought I had<br />From whom I thought I was<br />Not later, I beg you, now<br />Hide suffering<br />Hide the sore<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-54927814352618774912009-04-28T16:56:00.006-03:002010-06-11T17:24:01.442-03:00TempoTic-tac<br />Tempo<br />Contratempo da vida<br /><br />Horas, minutos, segundos<br />Tudo correndo<br />Solidão<br /> Tempo<br />Maldito tempo<br />Dimensão da pressa<br />Tudo sempre passa<br />Rápido demais<br /><br />Futuro, vento incerto<br />Espalha as peças<br />Do quebra-cabeça<br />Da vida<br /><br />O tempo passa<br />Sem nem mesmo ser percebido<br />Fantasmas do passado<br />Dores do presente<br />Incertezas do futuro<br />Tudo sempre passa<br />Cada vez mais rápido<br />No ritmo do tic-tac<br /><br />Lágrimas secam<br />Rápido demais<br /> Sentimentos<br /> Sensações<br />Declarações de amor<br /> Poesias, quadros<br />Perderam o sentido<br /> Pela falta de tempo<br /><br />A vida presa<br />Controlada<br />Amordaçada<br />No seu próprio relógio<br /><br />Tic-tac<br />Tempo<br /> Contratempo da vida<br /> Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-73668350585663752402009-04-28T16:56:00.005-03:002010-06-11T17:23:44.152-03:00RelembrarPare ser o brilho no teu olhar<br />O que eu não ousaria?<br />O que eu não trocaria para por ti me apaixonar?<br /><br />O que eu não daria<br />Por mais um suspiro apaixonado?<br />Por mais um minuto ao teu lado<br />O que eu não faria?<br /><br />Pararia o tempo<br />Viveria de passado<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-60939916824687819352009-04-28T16:55:00.001-03:002010-06-11T17:25:52.958-03:00LullabyNo one dares to step outside<br /> As the sky is getting dark<br />When the roses start to die<br />All your fears become alive<br />Now the moon shines in the sky<br />And you can no longer hide<br />Far away you hear the lullaby<br />You know the lyrics<br />But can’t go back inside<br />‘Cause the fog erases your memories<br />You know it’s time to leave love behind<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-30309306178730027442009-04-28T16:53:00.004-03:002010-06-11T17:26:28.100-03:00JardimO tempo passa<br />Para todos<br />Sempre passando<br />Irrelevante<br />Para mim<br />O meu jardim mental<br />Eu continuo regando<br />Nas roseiras da incerteza<br />Florescem sempre dúvidas<br />Enquanto minha lama<br />De pétalas de rosa<br />Banha-se na pureza<br />Dos copos de leite<br />A sacralidade das violetas<br />Emana a tristeza<br />Do meu presente<br />De um passado distante<br />Imortalizado<br />Nas florais letras<br />De uma poesia<br />Na partitura<br />De uma sinfonia da natureza<br />E o tédio da primavera eterna<br />Fornece clima e terreno<br />Para que eu ame e sofra<br />E com meu riso e choro<br />Continue sempre cultivando<br />Sempre produzindo<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117156978991070481.post-59597169700267077192009-04-28T16:53:00.003-03:002010-06-11T17:26:09.925-03:00NoiteA água pinga do meu corpo<br />Junto com aminha vida<br />Que em pequenas gotas de suor<br />Aos poucos se esvai<br /><br />A chama da vela velando<br />A corrida do ponteiro de ferro<br />E a chuva da noite chorando<br />A negra alma, quieta, ouvindo o som estranho<br />Do meu pranto terno<br />Hoje efêmero... Amanhã eterno<br /><br />Mylena PerezUnknownnoreply@blogger.com0