Última Chance
Ela pensa nele todo o tempo. Talvez ele não faça o mesmo, talvez faça. Ela não o vê há meses. Seu coração está “apertado”. Ela sempre o amou. Dele não se pode dizer o mesmo com certeza. Ele tem outras. Ela tenta tê-los. Nada parece fazer sentido sem ele. A vida dela é uma incessante rotina sem fim. Seus sorrisos não são verdadeiros. Nem suas lágrimas possuem vida. Ela o ama tanto, que não se ama sem ele. Ela é apenas uma mancha no tecido da vida. Ela faz de um tudo para tê-lo novamente. Ela não vê sentido em continuar vivendo. Vive por inércia somente. Não existem para ela, prazeres sem ele. Ele diz que um dia ficarão juntos. Ela prefere que “um dia” seja hoje.
Ela o encontra. Seus olhares se cruzam. Ele desvia o dele. Ela diz que o ama. Isso estabelece um longo período de silêncio. Os olhos dela se enchem de lágrimas. Ele “desconversa”. Ela recomeça o assunto. Ele diz que a ama de outra forma. Ela deixa escorrer uma única lágrima. Ele a abraça com força, mas não a beija. Ela o afasta. Ele se irrita. Ele diz que ela deve aceitar o seu destino. Ela toma a palavra para si. A mente dela divaga. Eles se despedem. Ele se vai. Ela corre para o centro da cidade. Ela se lembra da bonita frase dita por ele: “−Você deve aceitar seu destino”. Ela repete a frase incessantemente dentro de si mesma.
Já é noite. A vista do trigésimo terceiro andar é linda. As casas e prédios parecem vaga-lumes lá de cima. Ela pensa nele. Ele está no primeiro andar. Ela não sabe. Ele está arrependido. Mentalmente ele ensaia juras de amor eterno. O elevador está quebrado. Ele sobe as escadas tranquilamente. Ela abre os braços. O vento bate em seus cabelos loiros. Ela luta contra a inércia que a domina. Ela fecha seus olhos azuis. A única luz ao seu redor é a do corredor que leva às escadas. Lá em baixo os faróis dos carros parecem chamar seu nome. Ele está agora no trigésimo andar. Ela está na ponta dos pés. Ele está no corredor. Ela repete a frase em voz alta uma última vez: “−Você deve aceitar seu destino”. Ele ouve. Ele a vê. A noite a chama. Ela pula. Ele grita apavorado. Ela o ouve e grita. Ela se arrepende. Seu destino se cumpre. Ele deita no terraço a chorar. Ele ainda tem a chance de ouvir o som do corpo dela bater no chão. Ele desce as escadas correndo. Na calçada o desespero é geral. Ela não está reconhecível. Há muito sangue. Há sangue na calçada e na rua. Uma chuva fina lava o sangue do seu corpo desfigurado. Ele deita seu corpo sobre o que restou dela. Sua pele branca é marcada pelo sangue dela.
Ele “apaga”. Quando ele acorda a luz está forte. Ele está em seu quarto. Não há sangue nem gritos. Ele olha para o relógio. Ainda são nove horas da manhã. Ele olha o calendário. Ainda é quarta-feira. Mas como?! Ele tem o prazer de perceber que foi tudo um sonho! Ele corre como nunca antes até a casa dela. Ele grita em sua janela. Ela não entende. Larga a xícara de café e vai até ele. Ele se declara. Eles choram. Ele a abraça muito forte, mas dessa vez ele a beija. Ele pede desculpas. Ela pergunta por quê. Ele diz que já não importa. Não valeria a pena contar. Nem todos têm uma última chance como eles tiveram.
Mylena Perez (08 e 09 12 2007)
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Última Chance
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Poeta Maldito
Poeta Maldito
Destilas ódio
Fecundas corações
Boca, papel e tinta
Com teu pólen de ilusões
Aceso o luar de teus olhos
Apagas estrelas com palavras
Cultivas teus versos com lágrimas
Flores da melancolia que lavras
Estás aprisionado em ti mesmo
Liberdade não é uma opção
Por isso frases correm a esmo
Vem direto do teu coração
Letras lacrimosas
Tu escreves a chorar
Doce essência de murchas rosas
Só tu poeta maldito, não as teme usar
Mylena Perez (10 12 2007)
Destilas ódio
Fecundas corações
Boca, papel e tinta
Com teu pólen de ilusões
Aceso o luar de teus olhos
Apagas estrelas com palavras
Cultivas teus versos com lágrimas
Flores da melancolia que lavras
Estás aprisionado em ti mesmo
Liberdade não é uma opção
Por isso frases correm a esmo
Vem direto do teu coração
Letras lacrimosas
Tu escreves a chorar
Doce essência de murchas rosas
Só tu poeta maldito, não as teme usar
Mylena Perez (10 12 2007)
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sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Relato Impossível
O suor pinga de meu corpo
Pinga assim também minha vida
Que me pequenas gotas de suor
Aos poucos se esvai
Gotas de suor
Que estão imersas em tristeza
Gotas de sentimento
Lágrimas de suor
A noite vela a minha passagem
A chuva cai, purificando-me
E num vívido ímpeto
Minha doce alma, de minha pálida carne se desprende
Um som estranho
O pranto longínquo de meus conhecidos
Entorpecimento versus dor
O relógio da vida pára, a jornada termina
(Mylena Perez)
Pinga assim também minha vida
Que me pequenas gotas de suor
Aos poucos se esvai
Gotas de suor
Que estão imersas em tristeza
Gotas de sentimento
Lágrimas de suor
A noite vela a minha passagem
A chuva cai, purificando-me
E num vívido ímpeto
Minha doce alma, de minha pálida carne se desprende
Um som estranho
O pranto longínquo de meus conhecidos
Entorpecimento versus dor
O relógio da vida pára, a jornada termina
(Mylena Perez)
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