Amor, maldito e vil amor
Consola este coração por ti mesmo traído
Seca as lágrimas que fizestes brotar
Em meio à ilusão dos sentidos
Amor, vário e ingrato amor
Cicatriza as feridas de meu orgulho partido
Ouve o clamor de minh’alma abandonada
E não ignores a ajuda que a Ti tenho pedido
Amor, falso e cínico amor
Disseram-me que estendes a mão ao homem perdido
Só se estou cego e não a vejo
Em meio à dor do meu ego ofendido
Amor, ingrato e egoísta amor
Onde está o futuro que me tens prometido?
O tomastes para si, covarde
E dele todo este tempo tens vivido
Amor, tosco e imundo amor
Carrega esse asqueroso fardo contigo
Fardo de loucos, de apaixonados e de poetas
Que estou fadado a levar comigo
Amor, pernicioso e maligno amor
Que apagou de minh’alma o colorido
Não apague a luz da minha esperança
Cujos valores, destruir tens conseguido
Amor, grotesco e falho amor
Passa de mim esse cálice dolorido
Que forças não tenho nem para investir
Nem para consumar esse amor perdido
Amor, soberbo e altivo amor
Que dos homens tem se rido
Esquece desse pobre sofredor
Que os sentimentos tem reprimido
Amor, sombrio e violento amor
Que me acorrenta a lábios antes esquecidos
Encerra em meu peito ofegante o sagrado punhal
De beijos e toques não proferidos
Amor, enganoso e ilusório amor
Em tua pegajosa teia tenho caído
Preso em sensuais delírios me vejo
Por suas sedutoras artimanhas rendido
Amor, mórbido e macabro amor
Às tuas forças tenho sucumbido
Leva da vida esse corpo insepulto
De seus pecados e prazeres arrependido
Amor, sádico e cruel amor
Que a sórdidas lágrimas tem minha existência restringido
Rasga minha alma, nua, fragilizada
E despedaça para sempre esse coração sofrido
Amor, contraditório sentimento
Fizeste de refém meu coração
E agora te vejo doce, puro e santo
Apesar de tão doloroso tormento
Amor, simples e belo amor
Explique-me o que estou sentindo
Que vejo flores onde só há destruição
E o cinza da cidade vou colorindo
Amor, terno e doce amor
Que fazes tu comigo
Que me esqueço de toda dor
E inconseqüente te sigo?
Amor, honesto e sincero amor
Que parte tenho eu contigo
Que invades meu coração sem pedir
E te tornas amante e melhor amigo?
Amor, puro e santo amor
Que leis terei eu infringido?
Derrama sobre mim teu bálsamo dourado
E destrói a tristeza na qual tenho vivido
Amor, bendito e sábio amor
Que iluminas o chão onde piso
Volta a tocar meu pobre coração
E enche outra vez meus lábios de riso
Amor, querido e fiel amor
Comova-me com teus beijos e gemidos
Envolvam-me em teus sussurros lentos
E toques antes nunca sentidos
Amor, extremo e intenso amor
Em tuas asas perco os sentidos
E envolto no teu torpor
Perco-me em desejos proibidos
Amor, denso e ardente amor
Que recita poesias ao pé-do-ouvido
Conquistas-me dia a dia
Com teu romântico ruído
Amor, sensível e consolador amor
Afastaste todo ódio sentido
Tomaste meu coração para sempre
E o fizeste livre, rendido
Amor, completo e perfeito amor
Que a minha vida estejas sempre dirigindo
Pois como eu, és doce sendo amargo
E eterno sendo findo
Amor, vital e eterno amor
Que resume a vida a apenas um sorriso
Se somente as lágrimas invocam tua face
Choro, mas por Ti, pois és tudo que preciso
Mylena Perez
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Martírio
O sangue, negro, pinga aos poucos da minha alma
Pois teu olhar é a espada que penetra meu peito
Enquanto meu corpo, podre, se decompõe em dor
A minha vida lentamente se esvai
Os golpes que me derrubam vêm da tua boca
E eu vou, pouco a pouco, me envenenando em teu suor
Em meus lábios pálidos ainda arranham teus beijos
Ásperos de ódio e mórbido prazer
Esquartejando toda e qualquer esperança
Torturando-me no eterno martírio que é te amar
Em meus olhos ainda correm memórias tuas
E como um forte vento ameaçador
Sopra a brisa de um suspiro teu
Que estremece meu corpo e arrepia meu espírito
Que vem com a fúria de uma tempestade
Fazendo cessar meu pesado fôlego
Fazendo-me em tua imagem naufragar
Mylena Perez
Pois teu olhar é a espada que penetra meu peito
Enquanto meu corpo, podre, se decompõe em dor
A minha vida lentamente se esvai
Os golpes que me derrubam vêm da tua boca
E eu vou, pouco a pouco, me envenenando em teu suor
Em meus lábios pálidos ainda arranham teus beijos
Ásperos de ódio e mórbido prazer
Esquartejando toda e qualquer esperança
Torturando-me no eterno martírio que é te amar
Em meus olhos ainda correm memórias tuas
E como um forte vento ameaçador
Sopra a brisa de um suspiro teu
Que estremece meu corpo e arrepia meu espírito
Que vem com a fúria de uma tempestade
Fazendo cessar meu pesado fôlego
Fazendo-me em tua imagem naufragar
Mylena Perez
Acerto de Contas
Devo a Goethe minha melancolia
E a Bocage a sensualidade
A Platão minha obsessão por Sócrates
E a Leminski a criatividade
Devo a Kafka minha fantasia
E a Castro Alves a liberdade
A Vinicius de Morais meu amor pelo Rio
E a Quintana minha simplicidade
Devo a Álvares de Azevedo a nostalgia
E a Eça de Queirós a realidade
A Sheakspeare todo o meu sentimento
E a Frei Betto a imparcialidade
Devo a Cruz e Sousa minha sinestesia
E a Fernando pessoa minha multi-personalidade
Devo a outros autores tudo o que já escrevi
E a uma efêmera inspiração minha eternidade
Mylena Perez
E a Bocage a sensualidade
A Platão minha obsessão por Sócrates
E a Leminski a criatividade
Devo a Kafka minha fantasia
E a Castro Alves a liberdade
A Vinicius de Morais meu amor pelo Rio
E a Quintana minha simplicidade
Devo a Álvares de Azevedo a nostalgia
E a Eça de Queirós a realidade
A Sheakspeare todo o meu sentimento
E a Frei Betto a imparcialidade
Devo a Cruz e Sousa minha sinestesia
E a Fernando pessoa minha multi-personalidade
Devo a outros autores tudo o que já escrevi
E a uma efêmera inspiração minha eternidade
Mylena Perez
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