Fosse-me fácil o mundo transpor em palavras,
Mais vezes o faria
Fosse-me simples o corrigir falhas,
Mais erros cometeria
Fosse-me tudo, a priori, o canto
Sem medo cantaria
Pois enche-me e me esvazia
Sou nele e dele pleno e dependente
Guia-me – hipócrita – e, torpe,
Em mim tudo governa
E, ao passo que me domina
Torna-me mais dele e menos de mim mesmo
Porém, se me fossem soltas as cadeias,
E, liberto fosse do seu condão vazio,
Se de livre arbítrio me fosse cheio o espírito,
Ainda assim voltaria a meu martírio
Por conta e risco de quem se entrega,
Eu− sujeito e senhor; imundo
Repousa, num desejo dobre e masoquista,
O ser escravo por vontade
Mylena Perez
22/11/2011
3 comentários:
Senti falta das suas poesias...
Sempre me perguntava "Oq a Mylena deve estar escrevendo agora?"
Imaginei que tinha ficado nas letras de música somente...
Parabéns pelas poesias!
E acabei encontrando um comentário meu, por acaso. Não lembrava dele, mas percebi que novamente o título da poesia me chamou a atenção... :D
E tive a oportunidade de lê-la novamente
Er... Ah não!! Cheguei aqui pela data e não pelo título, enfim... ^^'
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