Quando, quem sabe, forem meus sorrisos pranto
E já, em meu tudo, nada houver de teus encantos
Quando o pó de tua sombra tiver meu coração varrido
E o som de tua voz não mais zumbir em meus ouvidos
Então, como se em vão nada houvesse sido
Talvez me façam, eu te amos, novamente sentido,
Outros olhos, quiçá, de novo me olhem de olhares
E volte eu, então, ao meu plural, aos meus milhares
De que, então, me valem, lógica e raciocínio,
Se sem ti viro bicho, não penso,
Se nada faço sem teu domínio?
Nascerá, pois, sem ti, meu dia,
Se nada sinto ou sou longe de teus lábios,
Se se apagou a chama que outrora em mim ardia?
Mylena Perez
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Plenitude
Um lago fundo, nunca pensei que fosse
Imóvel, plácido, taciturno
Respirando a brisa que incerta me bate
De tédio, de glória, de tudo
Mas fosse ainda azar minha sorte
O veneraria; de tudo me enche
Queima-me os lábios, faz-me fraco, forte
Louco, sóbrio, num gozo fervente
E quando beire a morte
Ainda que fôlego me sobre
Faz-me cativo, faz sul meu norte
E pleno, então,
Por ti imundo e nobre
Sou servo eterno de teu condão
Mylena Perez
Imóvel, plácido, taciturno
Respirando a brisa que incerta me bate
De tédio, de glória, de tudo
Mas fosse ainda azar minha sorte
O veneraria; de tudo me enche
Queima-me os lábios, faz-me fraco, forte
Louco, sóbrio, num gozo fervente
E quando beire a morte
Ainda que fôlego me sobre
Faz-me cativo, faz sul meu norte
E pleno, então,
Por ti imundo e nobre
Sou servo eterno de teu condão
Mylena Perez
Pó
Poeira,
Só, leve, e apenas.
Poeira de existência.
Meu ser é falho,
Pó, ao vento,
De onde nunca saí.
Algemas de nuvem
À liberdade atando-me
Incertamente, sendo se.
Esforço sóbrio,
De querer e só
Satisfeita dor
Do pó ao pó.
E no meio nada
Imaginária a chaga
Que julguei sentir,
Sei que foi por falta fazer
Do que um ser que já foi, só resta fugir
Mylena Perez
Só, leve, e apenas.
Poeira de existência.
Meu ser é falho,
Pó, ao vento,
De onde nunca saí.
Algemas de nuvem
À liberdade atando-me
Incertamente, sendo se.
Esforço sóbrio,
De querer e só
Satisfeita dor
Do pó ao pó.
E no meio nada
Imaginária a chaga
Que julguei sentir,
Sei que foi por falta fazer
Do que um ser que já foi, só resta fugir
Mylena Perez
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