No fundo da gaveta
ela aguarda um coração
Um coração que se
sinta amado pelas palavras nela escritas
No fundo da gaveta
ela aguarda um coração
Poesia sem nome,
em seu recanto de solidão
No escuro onde foi
escondida, as lágrimas mancham seu texto
Lágrimas que
correm a esmo, que correm sem pretexto
No fundo da gaveta
ela aguarda um coração
Poesia sem nome,
em seu recanto de solidão
Às vezes pensa
nunca ter sido amada
Apesar do amor que
demonstrou por todos, era como se não fosse notada
No fundo da gaveta
ela aguarda um coração
Poesia sem nome,
em seu recanto de solidão
Quando ela foi
escrita, seu autor nela pôs seu coração
Mas o tempo
passou, e agora aqueles que antes a liam cheios de emoção
Lêem-na rindo-se,
em tom de gozação
No fundo da gaveta
ela aguarda um coração. Poesia sem nome, em seu recanto de solidão
Quem dera agora
dar-lhe um nome que servisse de consolação
Mas na falta deste
se dirá: Poesia triste. Eis aqui o seu refrão
Poesia triste, no
fundo da gaveta ela aguarda um coração
Poesia morta, em
seu túmulo de solidão
(Mylena Perez)
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