terça-feira, 3 de março de 2009

Vãs suposições

Não conhecesse eu tua linha de pensamento, tão previsível
Não estivesse meu imundo coração ao amor tão sucetível
Não fosse meu ego um alvo tão fácil de ser esmagado
Talvez não rolassem hoje essas lágrimas azedas

Não fosse eu tão amargamnte egoísta
Girasse meu mundo ao redor de outro alguém, que não eu
Enxergasse eu mais, além de minha própria alma e fúteis problemas
Talvez chovessem soluções, caissem do céu as centenas

Não ardessem agora, como que cobertos do mais puro veneno, meus olhos
Não fosse a chuva que cai a única coisa mais fria que minh'alma nesse momento
Não fosse negra como a noite e mórbida como a cinza a lágrima que me mancha agora a face
Talvez me doesse menos no íntimo o pesar de mais um pedante mal-entendido

Prestasse eu mais atenção aos sentimenos alheios, ou menos aos meus próprios
Sentisse eu menos pena de mim ( de minha "suposta" condição)
Atirasse eu, aos outros, menos pedras e estendesse a eles mais mãos-amigas
Talvez secassem mais rápido as lágrimas e suas marcas amargas

Talvez sarassem mais rápido as feridas na alma
Talvez chegasse mais rápido o sono certas noites
Talvez pudesse eu seguir em frente livre o impulso sádico de olhar sempre para trás

Mylena Perez

2 comentários:

Unknown disse...

Não fosse você dar-me esse privilégio da leitura...! Ótimo.

Sandro Oliveira

Unknown disse...

Ótimo. Não fosse você ter escrito nós leitores ficaríamos esperando...
Obrigado