quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nº 8

As encostas choravam meu nome
E as lágrimas do rio
Lambiam os lábios da terra
E assim, o eu de magma tocava o eu de nuvem
Soltando a fumaça
Que pintava arco-íris
Na íris do olho
Do universo

E mil pequenos duendes verdes riam
Riam e rolavam
Rolavam e apontavam
Para o, nu, seio da Terra
Que numa erupção de vergonha
Voou rasante de um sonho
Ainda coberto da serpentina
De algum passado carnaval

E quando o silêncio reinava
A terra me engolia e cuspia
Preso em verdes e vermelhos
E azuis e amarelos e em teus negros olhos verdes
Fez-se o início do fim
Uma nuvem, um sinal de fumaça
Que acenava em minha alma me chamando
“Venha só”
E a solidão que eu bem conheço
Fez-se bosque e noite e campo fresco
A lua, roxa, piscou em minha alma
E a noite foi passando ao som de incenso

Mylena Perez

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