terça-feira, 9 de outubro de 2007

Doce Pingar

Doce Pingar



Ouço algo. Um barulho. Surdo. Seco. Como um pingar. Adormeço. Desperto novamente. Por quê? Perturbado pelo barulho. Esse incessante pingar. Não um pingar limpo. Como o da água. Um pingar consistente. Quase coeso. Como algo mais viscoso. Talvez... Não... Mas sim, exatamente!Assusto-me com a descoberta. È um pingar de sangue. Talvez de um animal. Que é pendurado após o abate. Talvez de um ser humano. Culpado ou inocente? Vítima, sempre vítima. O pingar começa a cessar. Os pingos se dão mais separados . Posso quase... Não! Imagino seu gosto . Um gosto de sangue. Azedo. Amargo talvez. Como se escorresse de mim. Me sinto entorpecido. Quase como se desmaiado. Sem forças . Ao me mexer na cama, o pingar aumenta . Será que ? Será? Sim ! O sangue é meu. Escorre de meus pulsos. Agora me lembro . Meu plano é consumado. Me liberto da dor. Sinto um calafrio. Um último pingo sela aminha vida !


BY : Mylena Britto Perez

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